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INDÚSTRIA AÇUCAREIRA EM MOÇAMBIQUE

Desde o seu surgimento, no período colonial, a indústria do açúcar teve sempre um papel relevante na economia moçambicana, absorvendo grande mão de obra e ocupando posições cimeiras entre as maioríssimas exportadoras, perdendo apenas para o cajú e algodão.

As primeiras fábricas de produção do açúcar surgem na região centro do País com a instalação da Companhia do Açúcar de Moçambique, em 1893, com a fábrica localizada em Mopeia, margem esquerda do Rio Zambeze e a Companhia do Búzi, no Vale do Búzi, em 1898, pela firma Arriaga & Comandita e o Governo da Colónia de Moçambique. Nesse período, a produção era destinada principalmente ao mercado interno e à exportação.

O período áureo para a indústria açucareira moçambicana decorre na década de 1970. A implantação de novas açucareiras aumentava a capacidade potencial de produção, cuja utilização também aumentava. Em 1972, alcançou-se o maior nível de produção: 321.000 t de açúcar proveniente de seis plantações de açúcar.

Com a chegada da independência, em 1975, a indústria açucareira passou por um período de estagnação devido a (i) da perda de capacidade técnica e de gestão; (ii) da falta de moeda externa para garantir a importação de peças sobressalentes, fertilizantes e sementes de qualidade; e (iii) a guerra que não só dificultou o escoamento da produção, como também alvejou e paralisou algumas fábricas, perdendo-se milhares de postos de trabalho. Como consequência, a partir de 1983, Moçambique tornou-se um importador líquido de açúcar. A produção e a utilização da capacidade baixaram drasticamente, atingindo uma produção global de 16.000 t, em 1996.

No quadro da adopção do Programa de Reabilitação Económica e Social (PRES), em 1987, o governo define a indústria açucareira como prioridade, com objectivo de promover a exportação, substituição de importações e geração de emprego. Nos anos seguintes, são desenvolvidas campanhas de atracção de investimentos privados e são implementados programas de reabilitação das fábricas e é reforçada a protecção à indústria açucareira.

O processo de reactivação da indústria do açúcar é hoje considerado um caso de sucesso. Após a guerra civil em 1992, o governo moçambicano envidou esforços para iniciar a reabilitação e modernização da indústria do açúcar. Dado que o país é rico em recursos naturais, solos de boa qualidade, ocorrência regular de chuvas e condições climáticas favoráveis, encontra-se em vantagem na produção de açúcar em relação a qualquer outro país da região. A reabilitação resultou num aumento da área plantada de açúcar de 18.000 ha em 1993 para mais de 45.000 hectares em 2013, enquanto a produção e moagem de cana-de -açúcar aumentou de 184.502 toneladas em 1992/93 para 3,4 milhões de toneladas em 2014/15.


Surgimento das Fábricas de Açucxar em Moçambique

A Companhia do Açúcar de Moçambique, fundada em 1893, pelo britânico John Petez Hornung, com a fábrica localizada em Mopeia, margem esquerda do Rio Zambeze, a companhia do Búzi, no Vale do Búzi, criada em 1898, pela firma Arriaga & Comandita e o Governo da Colónia de Moçambique; a fábrica de Marromeu, criada em 1902, na margem direita do Rio Zambeze, pela Sociedade Açucareira da África Oriental Portuguesa, uma firma francesa. Em 1910, esta fábrica foi adquirida pela Sena Sugar Factory, Limited, de John Hornung. Em 1920, tornou-se Sena Sugar Estates. E a fábrica em Luabo, criada em 1922, pela firma a Sena Sugar Estates que entrou em funcionamento em 1924.

Em 1913, ao longo do rio Incomati, é instalada Incomati Estates, uma pequena fábrica com capacidade de moenda de 50 toneladas de cana por hora (tch). Esta fábrica foi adquirida por um grupo de portugueses em 1953 e 1954 que duplicaram a sua capacidade.

Em 1966, um outro grupo de portugueses, instalou a Açucareira de Moçambique, cuja primeira campanha data de 1970.

Em finais dos anos 1960 foi criada a Marracuene Agrícola Açucareira (MARAGRA), cuja fábrica começou a laborar em 1969.

Situação Actual
A partir de meados dos anos 90, é elaborada uma estratégia de reabilitação pelo Instituto Nacional do Açúcar e aprovada pelo Governo que culminou com a reabilitação de quatro das seis açucareiras através de investimento directo estrangeiro e empréstimos garantidos pelo Estado. No quadro desse processo, uma sobretaxa flexível imposta ao açúcar importado permitindo a criação de um mercado interno, tornando viável a produção de açúcar em Moçambique e o custeamento da reabilitação da indústria.

O sector do açúcar recebeu o apoio do governo e a implementação da sobretaxa e luta contra as importações de açúcar contrabandeadas foram efectuadas por várias instituições estatais a diferentes níveis, com o apoio da polícia, autoridades aduaneiras e militares, assim como pelas autoridades nacionais, provinciais e dos governos distritais.

As empresas proprietárias das plantações de açúcar têm investido continuamente no desenvolvimento socioeconómico das regiões onde estão inseridas, de modo a complementar o investimento do Governo nestas áreas.

Estas açucareiras têm conjugado esforços para assegurar que também contribuem para a promoção de serviços básicos de saúde, que ajudem a manter a mão-de-obra em boas condições de saúde.
No que diz respeito ao sector da educação, foram levadas a cabo as seguintes acções: construção de novas salas de aula, fornecimento de alojamento aos professores e pagamento da manutenção das infraestruturas gerais das escolas.

A indústria do açúcar tem estado a dar um contribuito significativo para o PIB, bem como para a receita do sector agrícola. Desde o ano 2000, regista um crescimento sustentável devido à estabilidade económica e política, que atraiu vários investimentos na indústria.

Desde 2014, que o consumo de açúcar permaneceu constante, à volta das 165.000 toneladas, contrariado as tendências dos anos anteriores caracterizados pela oscilação do consumo.

SECTOR FUNDAMENTAL

A produção de açúcar em Moçambique é uma componente vital do sector agrícola do país e
desempenha um papel significativo na sua economia. O clima e os solos férteis de Moçambique tornam
no adequado para o cultivo da cana-de-açúcar, e a indústria tem uma história rica que remonta aos
tempos coloniais. Ao longo dos anos, a produção de açúcar tem sofrido transformações e
modernizações, tornando-se num contribuinte fundamental tanto para o consumo interno como para as
receitas de exportação.

DESENVOLVIMENTO TÉCNICO

A indústria açucareira moçambicana gira principalmente em torno da produção de açúcar bruto e refinado, com foco na produção de produtos de alta qualidade para consumo interno e mercados de exportação. O país tem várias propriedades e fábricas de açúcar espalhadas pelas suas províncias, contribuindo cada uma delas para a produção nacional. Estas explorações utilizam técnicas agrícolas modernas e maquinaria avançada para maximizar os rendimentos e a eficiência.

QUALIDADE INTERNACIONAL

A exportação para os mercados regionais e internacionais tem sido um fator significativo de crescimento da produção de açúcar em Moçambique. O país exporta açúcar para vários países em África e não só, e os seus produtos são conhecidos pela sua qualidade e competitividade. Este alcance internacional não só trouxe ganhos em divisas, mas também aumentou a visibilidade global da indústria. Em geral, a indústria de produção de açúcar de Moçambique continua a evoluir, procurando a sustentabilidade e a competitividade enquanto contribui para o desenvolvimento económico da nação.
Apamo

A APAMO reconhece que a promoção de actividades agrícolas em Moçambique é o principal motor para o crescimento económico do país. O sector da produção açucareira é dinâmico e tem um papel fundamental no desenvolvimento sustentável da economia moçambicana que hoje emprega 80% de sua população em actividades agrícolas.

A sustententabilidade na produção de açúcar não é meramente uma opção, é a base fundamental para o desenvolvimento da indústria açucareira e preservação ambiental.

Em uma nação onde as disparidades sociais e económicas persistem, as empresas responsáveis têm um papel vital a desempenhar na melhoria das comunidades.

A APAMO traz consigo os valores fundamentais da responsabilidade social corporativa, sustentabilidade e economia circular, fomentando que seus membros se envolvam ativamente nas comunidades que actuam, a fim de construir parcerias duradoras e garantir que os benefícios do seu sucesso são partilhados de forma equitativa.

Além disso, a adoção de práticas de sustentabilidade pode abrir portas aos mercados e investidores internacionais. 

A procura global de bens sustentáveis e eticamente produzidos está a aumentar e aindústria açucareira moçambicana pode aproveitar este mercado em expansão alinhando as suas
práticas com os padrões internacionais.

Ao demonstrar um compromisso com a sustentabilidade e
responsabilidade social, os produtores de açúcar podem atrair investimentos e garantir oportunidades de exportação lucrativas.